terça-feira, 22 de abril de 2025

Até sempre Papa Francisco !

 



                               Franciscus

Jorge Mario Bergoglio

13.III.2013

-
21.IV.2025



Até sempre Papa Francisco !
A sua marca ficará e perdurará por muitos anos como alguém com o seu peso a tomar posições corajosas sobre assuntos sensíveis.
Sobre a Família, várias questões importantes do interior da Igreja como os abusos sexuais, onde a "tolerância zero" foi sempre o seu timbre.
Sobre o acolhimento universal a toda a gente, a questão das migrações. Assunto difícil e que precisa de coragem.
Sobre o celibato dos Padres e o papel das mulheres na Igreja, que se percebia que devia ser cada vez maior, sem precisar de haver "Padras" ou "Bispas".
Sobre os grandes centros, a sua preocupação em ir às periferias era enorme. É aí que reside a prevenção dos problemas dos grandes centros. Só não vê quem não quer.
Tantos outros temas...
Pela sua eleição se vê como Deus cuida da sua Igreja ! Se cuida !
Papa Francisco, o seu sorriso ficará gravado como uma proximidade inigualável às pessoas ! Foi o representante de Cristo na Terra que era preciso nos tempos que correm.
Até sempre Papa Francisco !

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Mestrado terminado ! Rumo ao Futuro !

 


Transição, do Mestrado para a Empregabilidade

 

Introdução

Nos últimos meses tenho-me cruzado com muitos jovens e costumo interpelá-los sobre o seu percurso de estudos ou já de trabalho.

Destas conversas tem surgido alguns padrões. Os que estudam no ensino superior rapidamente se apercebem se gostam ou não do que estão a estudar. São muitos os que estudam em cursos de grande empregabilidade, como os de Medicina e algumas Engenharias, de enorme procura e que antes de acabarem os seus cursos já são procurados ou mesmo contratados.

Quanto aos restantes, que são a grande maioria, a empregabilidade é um assunto bem mais complicado, que precisa de maior preparação e esforço e que leva mais tempo.

É para estes que tenho vindo a desenvolver uma profunda reflexão sobre a forma de melhorar essa mesma empregabilidade e onde me parece que a palavra chave é pro-actividade.

A pensar em todos esses estudantes, aqui ficam algumas ideias que podem ser úteis na relação entre esse percurso e a sua empregabilidade, e que são o objecto destas ideias e que gostaria de ver mais levadas a sério seja pelas instituições, seja pelos estudantes.

 

O percurso académico e a posterior Empregabilidade

 

Quando um estudante entra para a faculdade, está de Parabéns dado que tal significa duas coisas. Por um lado, que terminou o 12º ano e que se prepara para obter um diploma de estudos superiores, sendo um período muito importante de crescimento pessoal, dado que vai mudar a sua vida.

Além do mais, na minha opinião, este período de qualificação devia incluir algumas competências específicas:

- Gosto adquirido pela leitura;

- Carta de condução;

- Saber nadar;

Este conjunto de diversas “skils”, está longe de ser dado adquirido mesmo entre licenciados, por estranho que possa parecer. Faria até sentido que tais competências fossem enquadradas no percurso do 1º ciclo de ensino superior, numa gestão de tempo bem pensada e organizada pelas próprias instituições.

Assim, é natural que o 1º ano seja de descoberta, de adaptação, de abertura ao diferente.

Será um tempo importante de crescimento pessoal, colegas novos e diferentes, professores com formas diversas de trabalhar, graus de exigência variáveis, instalações e equipamentos específicos, etc. Toda uma nova realidade e em que as novas tecnologias ocupam agora um papel importante.

Também nesta fase ocorre nova escolha de colegas e potencialmente de relações afectivas. Ocorrem outras decisões sobre gestão de tempo. Tempo para aulas, para estudo, para vida social, para as actividades extra-curriculares (desporto, cultura, artes, solidariedade, etc) e para os namoros, se for caso disso e pode ser importante que o seja. É das mais importantes aprendizagens e com grande influência para o futuro.

Assim, é isto que se espera no fim do 1º ano, em qualquer curso: descoberta. Durante este ano surgem, ou deveriam surgir, as primeiras perguntas.

Gosto do Curso ?

Que acho das Aulas ?

Apenas estão disponíveis aulas ou há outras propostas pedagógicas: Workshops, Conferências, Mesas-redondas, Fóruns, Clubes ? Obrigatórias ou facultativas ?

Identifico-me com as matérias e/ou com quem as transmite e vai avaliar ?

Agora num ambiente pós-Bolonha (Junho de 1999 - homogeneização europeia da duração de um 1º ciclo de estudos superiores para 3 anos), de cursos mais curtos, seriam estas perguntas que se esperaria que um estudante no ensino superior se fizesse a si próprio.

Quando chega ao 2º ano, de um total de 3, e é portanto o penúltimo ano, é semi-finalista, a conversa muda e cresce de importância. As perguntas que o estudante se deve fazer a si próprio são outras e as respostas a obter igualmente.

Estas são algumas dessas perguntas:

- Gosto do curso, sim ou não ?

Se não, há uma conversa séria com alguém importante de ter, o mais breve possível. Provavelmente é preciso tomar outras decisões, parar, re-orientar, cada um deve decidir.

Se sim, então, outras perguntas se seguem.

- Vejo-me ligado a esta área e a trabalhar nela durante 20, 30 ou mais anos?

Esta área em que sub-áreas especializadas se divide ?

Se respondeu sim, um novo conjunto de perguntas sobre a área e cada uma das suas sub-áreas, se levanta.

Quem é quem nesta área ? Pessoas, Empresas, Instituições, Departamentos do Estado, ONG´s, etc. Em Portugal e fora. Qualquer destas entidades é um potencial futuro empregador.

É relevante começar a interpelar pessoas com questão ligadas à área. Isto deve ser preparado e seria vantajoso ser conversado entre colegas e até em ambiente de copos, de descontração.

Podem começar por interpelar professores com quem haja mais empatia para colocar questões sobre a sua cadeira e se têm algum envolvimento com actividades na área, no exterior. De forma positiva e construtiva.

Identificar publicações (jornais, revistas, newsletters, etc., portuguesas e internacionais) que existam sobre a área, online ou em suporte físico. Conferências, colóquios, workshops que haja sobre a área e, via email ou presencialmente, marcar presença e dirigir-se às pessoas responsáveis destas publicações colocando questões. Para tirar verdadeiro partido, isto prepara-se previamente.

Esta proactividade dará bons resultados porque revela interesse, iniciativa, organização, método e uma atitude inconformista, e levará a abrir portas por exemplo, para estágios e como fonte possível de futuro recrutamento.

Por outro lado, todos sabemos como está a realidade dos estágios em Potugal que na maioria são não remunerados, o que considero um abuso, uma utilização de mão-de-obra qualificada gratuita ou de muito baixo custo. Mas revelador de falta de inteligência, estratégia e visão a longo prazo de recursos humanos.

Um estágio devia ser entendido como um contrato de trabalho com componente de formação. De resto, faria até sentido que uma parte do salário do estagiário fosse destinado a pagar a sua componente de formação, e tal assumido de forma clara e progressiva ao longo do período do estágio de forma decrescente ao longo desse período, crescendo a componente de salário a reverter para o seu titular até extinguir o desconto formativo.

Desta forma, haverá responsabilidade de ambas as partes. Do estagiário, que tem um contrato de trabalho e um salário e da entidade que contratou alguém e de quem espera um retorno. Ao contrário da situação actual, de estágios não remunerados que são um engano e uma hipocrisia.

Seria de esperar que fossem as próprias faculdades/instituições a terem a sua estrutura pensada para motivar, potenciar e apoiar este trabalho de reflexão paralelo por parte dos seus estudantes.

Acredito que muitas já terão um departamento próprio para tal e já estejam a gerir a informação resultante daí para a tornar útil à futura empregabilidade e respectivos utilizadores.

Este segundo ano do 1º ciclo de ensino superior, reveste esta primordial importância, em que este processo de preparar o salto para o último ano deve começar.

Quando começa o 3º ano, o processo de pontes para o exterior já deve estar começado e será importante analisar qual o estado dos contactos, qual o grau de empatia criado, com quem e sobre o quê.

Será igualmente importante perceber mais claramente que sub-área do Curso, se as houver, reúne a maior preferência ou tendência. Mais importante é despertar a sensibilidade para as vantagens de haver uma clarificação. Por vezes, este processo decorre ao contrário, de perceber o que não se quer e ir excluindo.

Pensar o Mestrado. Ainda durante este último ano e no âmbito deste processo é tempo de encarar a possibilidade de evoluir para um Mestrado, ou de ponderar uma carreira académica Este deve ser encarado não como um desemprego adiado mas como uma atitude exigente e muito pro-activa.

Mas deve ser um período importante de preparar o futuro e o próprio Mestrado é importante que já seja assim pensado, que possa envolver um trabalho de colaboração como alguma entidade exterior no âmbito de algo prático que seja a base do próprio Mestrado.

Obviamente, para isso, é indispensável a Instituição estar muito bem enquadrada na comunidade e no mercado da área a que se o mesmo se refere, ter um conjunto de parcerias e condições criadas para que este dinamismo possa acontecer. As instituições com muito bom funcionamento, encarão isto desta forma, as outras não deixarão de pensar que a sua responsabilidade acabou muito antes, no âmbito de cada aula e na respectiva avaliação.

De resto, e voltando à questão, nenhum Mestrado devia começar sem que o respectivo Director (ou alguém da equipa/de uma equipa) se sentasse com cada candidato e tivesse previamente esta conversa:

- A nossa proposta de Mestrado é esta (e que consta do respectivo Plano Curricular) – que pretende fazer com isto ? Que expectativas tem ? Tem alguma ?

Tenho-me cruzado com bastantes jovens a fazerem Mestrados, e sobretudo em áreas de não muito fácil empregabilidade que, em ambiente descontraído, me relatam nunca terem pensado nisto e que “ainda estão a frequentar as aulas do Mestrado”. Mas realmente até ali ninguém da Instituição teve qualquer conversa com eles.

Fico preocupado ! Parece-me que algo está errado aqui e que as Instituições estão a lidar com isto com demasiada leviandade e sinto os estudantes com pouca pro-actividade a encarar o assunto. É o futuro deles que está em causa ! E acredito que não faltam questões/problemas/desafios/projectos sobre os quais se debruçarem (com ou sem fins lucrativos), a questão é se a seguir o percurso de Mestrado está aberto à indispensável flexibilidade para responder a isso, ou se é demasiado rígido e não potencia ou mesmo não permite as adaptações que se revelem pertinentes e necessárias.

Penso que já lá vai o tempo em que um Mestrado, e um Doutoramento ainda pior, resultava numa bonita brochura para a gaveta, ou seja, resmas de papel mas que se ficam pelo conhecimento (embora em si não seja mau), mas não cria algo de útil para ninguém, algo que responda a um problema ou a um desafio, ou que crie um produto ou serviço novo para colocar no mercado ou para melhorar algum outro que já exista. Além não constituir uma reforço efectivo na empregabilidade do candidato ou dar algum passo para a preparar.

Gostaria que esta reflexão pudesse ser útil quer para as Instituições quer para os envolvidos em Mestrados e/ou Doutoramentos. Tenho ouvido muitos relatos em que demasiados Mestrados estão longe de cumprir esta função. Estarão as Instituições a abandonar os seus Mestrandos ?

Pela minha parte, sinto que estou em condições de contribuir junto de alguma forma e em alguma Instituição, ou directamente pelo lado dos envolvidos a fazer o seu Mestrado, para testar estas ideias e perceber se isto faz sentido ou se é um conjunto de ideias banais e que nada acrescentam, ou se estou enganado e isto já é feito de forma e com resultados concretos. Os relatos que tenho ouvido e as conversas que vou tendo não vão neste sentido.

Não tenho a ilusão de pensar nem que “descobri a pólvora” nem que alguma Instituição vai achar estas ideias maravilhosas e as acolher de braços abertos porque isso pressupõe a atitude autocrítica de assumir que ainda não deu estes passos.

Pela minha parte, tenho as ideias claras e sei que caminho desbravar. Esta reflexão pode vir a resultar numa oportunidade de negócio que pode ser articulada/encaixada no todo de uma Instituição (Universidade ou Faculdade Pública ou Privada), ou ser desenvolvida para os estudantes directamente. Pode ser implementada de ambas as formas. Com resultados potenciais muito bons. Não se pretende colocar estudantes contra as Instituições, nem vice-versa, mas a realidade actual aqui objectivamente descrita, devia diferente e pode ser encarada de forma construtiva.

Uma das possibilidades em aberto, e que já estou a estudar, é abrir uma plataforma digital (site e/ou app para telemóveis) com nome ou entrada muito bem escolhido em termos de Marketing, e propor directamente aos estudantes de os apoiar nesta reflexão em grupos online pequenos ou em pequenos grupos presenciais. Mas esta não é a forma ideal, porque será implementar isto de forma exterior às Instituições, o que não é o desejável. Em breve, teremos desenvolvimentos.

 

Vila Nova de Gaia, 13 de fevereiro de 2025

 

Nuno Rodrigues


terça-feira, 7 de maio de 2019

A importância do factor 15 - Salário 15º




Não, não se trata de nenhum protector solar. O factor 15 a que aqui me refiro é o 15º salário com que as empresas remuneram os seus colaboradores em cada ano. Cada vez mais empresas o fazem.

De facto, esse 15º salário, que se refere ao prémio de desempenho atribuído ao colaborador pelo seu contributo para os (bons) resultados do ano anterior, partilhando esses mesmos resultados, é uma componente de rendimento adicional para o colaborador e um sinal muito interessante.

Este 15º salário, o prémio anual para o colaborador, revela uma filosofia de gestão e muitas empresas já o praticam porque os seus gestores perceberam a importância da decisão. E como se distinguem as empresas que o fazem das que não o fazem ? De como isso potencia a motivação das pessoas, lhes dá a sensação de que a gestão está atenta e premeia mérito, esforço, capacidade de trabalho, zelo pelo seu trabalho e por conseguinte, este contributo muito directo para a rentabilidade da empresa. Muitas vezes, isto acontece em detalhes, em aspectos aparentemente muito pequenos mas que fazem grande diferença.

Não obstante, há aspectos de aplicação desta decisão que são bastante pertinentes e a que é importante estar-se atento. Isto pressupõe uma avaliação de desempenho séria e credível, de preferência com bases fortes em justiça, simplicidade, eficácia e boa comunicação. Se o número de pessoas for razoável é preciso que o sistema de informação permita o registo das situações e dos factos que irão ser tidos em conta. Além de que isto deve ser discutido com as próprias pessoas envolvidas com grande franqueza, de preferência olhos nos olhos, e assinado o devido documento entre quem decide e sobre quem incide, em reunião sobre este assunto. 

Isto mexe com cada pessoa, muito positivamente, e com o espírito de equipa. A empresa e os detentores do capital sairão a ganhar, todos dos dias, na conta bancária e também nos activos intangíveis. Previsivelmente, entre Março e Maio de cada ano, em relação ao ano anterior, quando são fechadas as contas do ano anterior e apurados os devidos resultados, então se saberá que parte se vai decidir que cabe a cada um. 

Este processo de distribuição deverá começar por uma avaliação cuidada, o critério a estabelecer para decidir qual o cálculo e de que forma será feito, forma muito utilizada, para calcular o prémio a atribuir a cada colaborador. Se superior ou inferior a um salário/mês, e em que patamar o colocar. Mas é precisamente esta avaliação, a ser discutida com o próprio, que mede a qualidade do contributo dos membros da equipa para os resultados anuais. Este processo deve ser conduzido com todo o cuidado e muito objectivamente.

De uma pesquisa que tenho vindo a fazer, quer em plataformas de recrutamento quer em softwares de gestão para Micro e PME´s, não é, curiosamente, costume ver esta questão tratada com a devida importância. Nos respectivos módulos, as aplicações processam salários cada vez com mais sofisticação, mas constato lacunas em terem campos específicos para registo de dados que sirvam de base a este trabalho de avaliação. Nos anúncios de emprego, é muito raro ler alguma empresa que paga, ou preveja pagar, 15 salários por ano. A quem o mereça e se houver o que distribuir.

Nos tempos que correm, esta questão é cada vez mais relevante e também permite captar os melhores e dar-lhes um sinal de como são importantes para a empresa, o que os desmotivará de sair. Outra questão depois é a formalização do pagamento do prémio até porque isso influencia a questão fiscal do mesmo. Emitir um recibo de vencimento específico para pagar o prémio, contabilizar este pagamento através de gratificações de balanço mensais pressupõe planeamento de contabilidade e agilidade da gestão, mas faz sentido porque permite ao colaborador baixar a factura fiscal deste rendimento adicional, em resultado do seu esforço e mérito.

Apesar de haver gestores que desvalorizam completamente o entra e sai de pessoas, isso não beneficia nunca a empresa, além de que o tempo de adaptação de cada pessoa custa dinheiro e não permite conhecer o potencial de cada um. Mas continuo a ver muitas situações e organizações em que parece que isto não interessa nada.


É por isso que há patrões e há empresários, em que estes ganham muito mais do que aqueles. A diferença começa aqui, na forma como recruta e gere recursos humanos, continua na pró-actividade, no planeamento, na organização e como promove o trabalho de equipa e cria condições para que apareçam os talentos de cada um, a começar se apenas tem um. 

Nuno Rodrigues

segunda-feira, 6 de abril de 2015

5 euros de Emoções - Todos Queremos um Bairro Melhor

Caros Amigos

Precisamos de toda a vossa colaboração para irem ao site abaixo e votar no projeto "5 Euros de Emoções".

Trata-se de um projeto de educação financeira/matemática, muito interessante, dinamizado pelo professor Jose Rui Pedro da Escola EB1 da Praia - António Sérgio Agrupamento, em Vila Nova de Gaia e que é muito útil poder estender-se a outras escolas.

...

Muito obrigado pela vossa colaboração.

TOCA A VOTAR E A DIVULGAR!!! SÓ COM A VOSSA AJUDA PODEREMOS SER ESCOLHIDOS!!!






5 euros de Emoções - Todos Queremos um Bairro Melhor

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

As vantagens fiscais do Mecenato e a sua ligação ao Marketing


Os tempos que vivemos são de rápidas mudanças mas também de grandes desafios para toda a gente e para as empresas também. Não obstante, todos temos consciência que isso não nos faz esquecer que há dificuldades e que muitas empresas lutam para se manter no mercado.
Mesmo assim, as empresas e as pessoas continuam, e muito bem, a fazer donativos porque vêm necessidades e procuram acudir-lhes, porque gostam de apoiar certo de tipo de actividades culturais, desportivas ou outras, ou simplesmente porque gostam e/ou se sentem bem com isso.
Na contabilidade de uma empresa, na medida em que o donativo seja devidamente documentado, o Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) permite deduzir à matéria colectável até determinada percentagem acima dos 100 %. O que é bastante proveitoso, porque é menos que se paga de impostos e é aplicado diretamente no que nos interessa.
Mas podemos ser mais ambiciosos. Podemos pensar em aproveitar as vantagens fiscais, para desenvolver uma estratégia bem pensada em proveito do próprio negócio. Se enquadrarmos os alvos do nosso marketing nas entidades ou actividades a quem fazemos donativos, podemos procurar, nesse âmbito, as que têm o estatuto jurídico mais favorável para a dedução fiscal, que são as fundações e associações com estatuto de utilidade pública e as IPSS. Os donativos podem ter carácter de mecenato familiar, social, cultural, ambiental, desportivo, educacional, etc. A lei, no EBF, prevê uma variedade de opções.
Ao fazer-se um donativo a uma pessoa, a um projeto de alunos de uma escola, ou a uma instituição de solidariedade, por exemplo, a empresa beneficia com a boa imagem saí resultante e junta a sua estratégia de marketing ao que vai descontar no imposto sobre o lucro a pagar.
Por outro lado, todos sabemos que hoje as empresas mais bem sucedidas são as que percebem a importância da ligação à universidade e não hesitam em participar em projectos conjuntos de investigação e desenvolvimento, sobretudo quando também vão beneficiar dos frutos dessa mesma investigação. Além da dedução fiscal dos montantes que aplicarem nesses projetos, com as majorações e os limites definidos na lei (que pode chegar aos 120 % ou mais em termos de IRC, e 8/1000 das vendas ou superior), têm vantagem fiscal adicional se isso for enquadrado num contrato superior a um ano, ainda que tenha de respeitar outras regras. Para não falar das vantagens em termos de imagem e do eventual acesso aos frutos da investigação.
Estamos em Novembro, altura em que os agentes económicos já têm uma ideia de qual foi o desempenho dos negócios durante o ano corrente, se vão ter lucro ou prejuízo e em que intervalo. Por isso, podem agora fazer um planeamento fiscal e tomar decisões sobre apoios, além de previsões para o próximo ano.
É por tudo isto que vale a pena investir algum tempo a pensar como otimizar a utilização do mecenato e pensá-lo conjuntamente com a estratégia de marketing.

Nuno Rodrigues
 nuno_rodrigues@sapo.pt

segunda-feira, 17 de março de 2014

EMPREENDEDORISMO SOCIAL: ARRISCAR NUMA ÉPOCA DE DESCONFIANÇA


Atualmente, esta é uma das palavras mais referidas como forma de escapar à crise. Por todo o lado nos incitam a tomar nas nossas mãos a criação do próprio emprego.
                E como podemos arriscar quando todos os dias somos bombardeados com notícias de fecho de empresas? Como arriscar quando as notícias destacam e empolam muito mais os insucessos que os sucessos? E a nossa autoestima é um alvo à espera da destruição.
                Pessoalmente, gostaria de poder desenvolver a minha própria ideia de negócio, até porque sei concretamente o que quero e o que não quero na minha hipotética empresa. Mas como concretizar esta ideia sem a ajuda de um sistema bancário que quer garantias exacerbadas face ao valor dos empréstimos? E quem empresta dinheiro a um desempregado quando este pretende criar o seu próprio negócio? Quem “arrisca” colocar quantias substanciais nas mãos de um homem ou mulher que apenas tem como garantia o “saber fazer”?
                Para provocar uma rutura neste sistema estagnado teremos de passar inevitavelmente por uma cultura de iniciativa.
                Durante os anos 30 do século passado viveu-se na Europa a primeira crise à escala mundial, consequência do crash bolsista de 1929 em Nova Iorque. A saída da crise passou, nos EUA, pelo “New Deal” e na Europa, por um reforço de medidas de proteção social. Mas a Europa veria ainda mais agudizar-se a sua situação com a Segunda Guerra Mundial.
                No final da guerra, a Europa destruída encetava um caminho de reconstrução onde os empreendedores foram fundamentais. Arriscar numa época de crise foi uma das formas mais eficazes para a Europa se reerguer.
                Então, porque tememos tanto atualmente arregaçar as mangas e encetar novos projetos?
                Todos sabemos que o empreendedorismo é o principal fator promotor do desenvolvimento económico e social de um país. Identificar oportunidades e conseguir transformá-las num negócio lucrativo é o papel do empreendedor.
                O empreendedor deve ter como característica básica o espírito criativo e de pesquisa. Deve continuamente procurar novos caminhos e novas soluções, alicerçando-se numa constante preocupação com a melhoria do produto final. O empreendedor não pára, não estagna no tempo. Acompanha as frenéticas mudanças e reage por antecipação, sem nunca descorar uma pesquisa consolidada e uma exaustiva avaliação dos riscos, dos pontos fortes e pontos fracos. O empreendedor caminha, de mão dada, com o marketing e as relações humanas. Olha a inovação sem receio de ficar desatualizado porque a sua meta é uma busca de constantes transformações sonhando com a perfeição. No entanto, tem consciência que a perfeição é uma espécie de mito do eterno retorno e nunca está terminada. Mas não desiste na sua busca incessante. É este o seu néctar, o seu alimento, que o faz ressurgir das cinzas a cada insucesso.
                Então, se todos sabemos que nos empreendedores está o segredo do motor de uma civilização, porque lhe damos (Estado e Sociedade) tão pouco apoio? Porque os incentivamos tão pouco?
                Positividade, organização, criatividade e inovação são qualidades que não faltam ao povo português. Mas será que temos a disposição necessária para assumir os riscos? O empreendedor é aquele que tem esta capacidade de os assumir e de os conseguir vencer.
                O Prémio Nobel da Paz Muhammad Yunus, que conheci pessoalmente durante uma visita que fez a Portuga, foi o incitador de enormes mudanças da minha perspetiva pessoal face ao mundo empresarial (conceitos como crédito sem garantias, crédito sobretudo a mulheres num contexto muçulmano, crédito num espírito de grupo e entreajuda e tudo isto com taxas de recuperação de capital próximas de 100%). Assumindo a incapacidade da participação do estado no fomento do empreendedorismo, Muhammad Yunus defende a empresa social como uma das formas eficazes de criação daquilo que todos sonhamos: um mundo sem pobreza.
                Quando conhecemos, com algum detalhe, esta revolução que o microcrédito vem concretizando, seja no país berço de Yunus, o Bangladesh, seja um pouco por todo o mundo, começamos a olhar duma forma diferente e tomamos consciência de que vivemos num mundo norteado por um capitalismo selvagem e total ausência de valores. Há que fazer diferente. E como? Devemos assumir-nos, enquanto sociedade, como incapazes de liderar este processo de mudança?
                Cada vez mais acredito que não… A mudança passa pela sociedade civil. Pela forma como esta reage às crises e acorda para as necessidades daqueles que nos rodeiam. O segredo está no empreendedorismo social.
 Neste contexto, o empreendedor tem como objetivo a maximização deste capital social (o poder da capacidade humana) desenvolvendo programas, iniciativas e ações para que a sua comunidade, região ou país se desenvolvam de forma sustentável. A mais eficaz é fomentando a participação no “espaço público” a todos, mesmo aos que se encontram em situação de exclusão ou de risco.
O empreendedor social utiliza técnicas de gestão, inovações produtivas, utilização sustentável de recursos naturais e muita, muita criatividade para fornecer produtos e serviços que possibilitem a melhoria das condições de vida.
A lógica da ação visa promover a autonomia e responsabilidade dos destinatários, sendo que estes também devem ter um papel ativo e participante na própria ação. Mais do que “dar o peixe” é ensinar a pescar. O grande objetivo é superar os desafios sociais e por isso é fundamental a sustentabilidade. A sustentabilidade financeira deve ser mais do que uma preocupação de sobrevivência, deve ser um fim em si, um requisito basilar para nortear a existência do projeto.
Como Florence Nigthingale, uma das primeiras empreendedoras sociais durante a Segunda Guerra Mundial, devemos perder o medo e deixar de nos isolarmos nos nossos próprios infortúnios, trabalhando em equipa, arriscar de forma sustentável e sustentada, tendo o bem comum e a felicidade do outro como meta. Porque nenhum de nós é feliz, ainda que tenha um enorme espólio ou bens materiais, se estiver sozinho.
É assim que eu vejo o empreendedorismo e o seu benefício para toda a comunidade, pelo que esta tem todas as razões para o estimular e apoiar.



Maria Helena Peixoto

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Patrão ou Empresário: escolha o que quer ser...



Efectivamente, o empresário ganha muito mais do que o patrão. E não só em dinheiro… Vejamos. Muito se pode dizer à cerca destas figuras entre as entidades com fins lucrativos, ou seja, das empresas e dos negócios que operam sob a forma jurídica e os empresários em nome individual. Onde tudo gira à volta do dinheiro e do lucro.
Mas o que distingue o patrão do empresário ? Juridicamente nada.
Ambos traduzem a figura de gerentes ou administradores, sendo ou não sócios ou accionistas das empresas. Ambos têm poderes para tomar as decisões no melhor interesse,  que é o de que o valor da empresa aumente, dado que assim aumenta o valor patrimonial do sócio ou do acionista. Este é o seu legítimo objectivo, ao investir o seu capital e obter rentabilidade para o seu capital investido.
Mas na prática, muda muito ou quase tudo. Só não muda o objectivo da unidade económica que é o lucro, realidade perfeitamente normal e necessária numa sociedade moderna e que é essencial à continuidade do processo produtivo. É  o lucro que permite que haja, a seguir, capacidade de investimento.
É, sobretudo, uma questão de mentalidade e de forma de exercer o poder, mas com diferenças que fazem com que quase tudo mude. Especialmente os rendimentos, para quem trabalha e gere nesta perspectiva.
Para o patrão, as ideias mais importantes são a autoridade, o facto de ser e se sentir o chefe, ser quem manda, e assim, sentir-se, enquanto detentor do capital, acima de todos os outros. Em muitos casos, vê a sua qualidade de pessoa que manda como automaticamente sinónimo de maior capacidade em todas as áreas. É o que sabe mais, é o tem mais experiência até porque, geralmente, começou muito novo e sempre fez aquilo.
Sendo assim, reuniões, trabalho de equipa, sensibilidade para perceber onde há talento, formação, treino contínuo e liderança são palavras estranhas porque não lhes reconhece importância. Informática e internet são assuntos complicados, com que lida mal até porque não controla e que sente dificuldade em aprender. As habilitações são baixas e portanto não se sente seguro com o que não domina. Embora hajas patrões com altas habilitações, onde vários outros factores levam a que tenha o mesmo tipo de atitude.
O Patrão nunca deu grande importância a ouvir as pessoas porque sempre achou que ninguém tem a sua experiência e o seu conhecimento sobre o negócio e os clientes. Não espera ouvir nada de útil porque não é de esperar que alguém muito mais novo lhe ensine algo que ainda não saiba. Sempre pensou não precisar de director comercial ou financeiro, dado que são caros e tudo passa por ele, senão seria o descalabro. Mas confia muito no contabilista, que é externo, e cuja opinião não dispensa ouvir.
Como micro ou pequena empresa ainda tem clientes fieis, chegados ao longo de muitos anos de trabalho e, por isso, a parte comercial está quase feita e agora a crise desaconselha grandes esforços, que significam mais encargos. Claro que sente a crise porque vem tendo grandes quebras de vendas, mas não distingue bem o que resulta da crise e o que desconfia que resulta de faltas de competitividade face a alguns concorrentes, que sabe bem quem são e que lhe vêm roubando negócios e clientes.
Mas é um homem de bom fundo, gosta de ajudar, apesar de sentir que lhe começa a faltar energia e ideias e jura interiormente que nunca precisará de despedir ninguém para manter a porta aberta. Já aquela ideia de delegar não percebe bem como funciona, é uma palavra que lhe custa a entender. A educação que recebeu e o seu passado de tantas dificuldades desmotiva-o a valorizar os outros, como fizeram com ele. Haja capacidade de sacrifício e desde novo que aprendeu bem isso. Mas receia sentir-se ultrapassado e sobretudo sente-se cada vez mais sozinho.
Atentemos num exemplo simples, mas concreto.
Um dia ligam-lhe do gabinete de contabilidade a informar que lhe vão apresentar um Economista novo para o acompanhar com a contabilidade e no mais que precise. Estranhou… “Que mais posso precisar ? Os papéis vão sempre direitos e em tempo útil. Rapidamente o informam do IVA. Que pode haver ? Do que podem estar a falar ?”
O dia em que conheceu o tal Economista mudou-o enquanto homem de negócios. Um jovem com ar simples e sereno. Com uma forma de falar calma. Gostou logo da primeira impressão. Dava gosto ouvi-lo. Não parecia ser daqueles novinhos que vêm da Escola e acham que sabem tudo, são arrogantes, têm a mania que são doutores e que olham de cima para os outros.


Perguntou-lhe  se sentia que era patrão ou empresário. Não soube responder e ficou a pensar. O Patrão perguntou-lhe qual seria a diferença, o que mudava ? “Muito… ou quase tudo!” respondeu. Quis saber em quê.
Respondeu que lhe explicaria com respostas a algumas perguntas. Tudo bem, era simples, saber qual deles configurava. Então, estando em Dezembro, qual a explicação para o previsível prejuízo naquele ano. Tinha ideia que assim seria mas não soube responder, em concreto.
Perguntou se as pessoas sabiam que assim se perspetivava ao que respondi que nem pensar nem tinham de saber. Perguntou quando tinha sido a última reunião com toda a gente presente ao que respondi que nunca houve. Perguntou porquê, se havia algum problema ao que respondi que não valia a pena porque eu sabia mais do que todos eles juntos. Perguntou, como sabe isso ? Alguma vez experimentou ?
Perguntou qual a média de idades e habilitações das cerca de 20 pessoas, ao que respondeu não saber muito bem. Ficou muito surpreendido com isto e disse que é quase como ter uma conta bancária e não saber o saldo, em detalhe. Perguntou há quanto tempo não aumentava os ordenados, respondeu que há vários anos devido à crise. Perguntou por produtos novos ao que o patrão respondeu que há muito tempo que andava a pensar nisso mas nunca avancei por falta de tempo para pensar a sério no assunto.
Já me respondeu, disse. O que ficou claro nas suas respostas, e não é muito bom, é que um patrão, acrescentou. Mas há uma boa noticia. Um Patrão disposto e interessado em tornar-se um Empresário. Ou seja, estar disponível para algumas mudanças com vista a ganhar muito mais dinheiro.
Fale-me claro Dr. como posso fazer isso? Na prática Patrão ou Empresário, pretendia era  ter lucro e ganhar mais dinheiro, o que não acontecia há vários anos, desde que a crise chegou.
“Então, vamos a isso!”, propôs. “Deixe-me ajudá-lo. Comece por me tratar pelo nome e esqueça o título, o que eu agradeço. Depois, por favor, tudo será mais fácil se me considerar um colega de trabalho. Eu não sei mais do vosso negócio que o Sr. e a sua equipa, mas gosto muito de aprender e, acredite que aprendo depressa. Para trabalharmos em conjunto de forma a que, progressivamente, comece a ganhar mais dinheiro, importa que fique tranquilo sempre que eu ou alguém não concorde consigo. Diferenças de opinião não são ataques pessoais, sendo sinceras, podem ser caminhos alternativos para se chegar ao mesmo objetivo. Não temos nada a perder em ouvi-las, pelo contrário. Podem surgir boas ideias.”
A primeira sugestão que fez foi marcar uma reunião sobre a qual quereria falar com o patrão primeiro. Sugeriu duas horas na tarde de sexta-feira, fase mais calma da semana, em que se fecharia a porta e colocaria uma mensagem nos telefones, pedindo que deixassem os dados para contacto de volta. O mesmo nos telemóveis.
 As pessoas ficaram nervosas ao ouvir falar na reunião, pois nunca tinha acontecido. Mas o tom de voz e o rosto animado com que o fez, prenunciavam qualquer coisa de bom. Noutra situação, tal anúncio teria sido um prenúncio de más notícias.
Combinou previamente que seria um primeiro encontro com as pessoas de forma muito positiva, mas também para lhes dizer que a partir dali cada um ficava convidado a expor a sua opinião sobre o que concordava ou não dentro da empresa, tendo que dizer porquê. Para lhes dizer também que, à semelhança de anos anteriores este último ia dar prejuízo, mas ainda sem risco para os ordenados ou de a empresa ter de fechar.
Mas, desta data em diante, com reflexos já no trimestre seguinte do ano que ia a começar, esta realidade ia ter alterações. As pessoas iam ser informadas da divisão da empresa nas áreas comercial, marketing, administrativa e financeira (incluindo a contabilidade, que passaria para dentro, e o pessoal). Cada pessoa e as suas tarefas passariam a estar afectas a uma área, que teria o seu responsável directo. Cada responsável responderia perante o patrão, que era o gerente. Mas ele continuaria disponível para falar com quem precisasse. Bastava combinar para o fim do dia.
A primeira grande dificuldade era escolher a pessoa que ia ficar responsável por cada área. Porque isso pressupôs conversas prévias entre os dois sobre, quem era quem, na empresa. Então o candidato a empresário surpreendeu-se ao sentir que até conhecia bem as pessoas e era senhor de um apurado sentido de justiça. Apontou para responsáveis as pessoas que o economista tinha em mente. Ele ficaria apenas como responsável comercial e gerente. Convidou o economista para a responsabilidade financeira, dada a confiança que já lhe inspirava. Uma colega com grande tendência para o marketing foi convidada a fazer específica na área para assumir essa responsabilidade, e essa situação deixou-a muito contente.
Portanto já tínhamos a divisão por departamentos e os seus responsáveis. O passo seguinte era definir objectivos para cada área, sendo que os da parte comercial, Orçamento de Vendas, que significava o objectivo mínimo para a viabilidade económica, cuja margem permitisse suportar os encargos fixos, era o mais urgente e importante. Para isso, as pessoas que já lidavam com a parte comercial manifestaram livremente vontade de assumirem funções de vendedores profissionais. Isto foi muito bem encarado, dado que foi sentido por todos que os talentos individuais foram aparecendo e eram bem recebidos, sempre que possível.
A princípio o patrão sentia-se confuso, sobretudo porque sentia que “barco” lhe fugia ao controlo. Mas dava-lhe segurança os mapas simples e com gráficos que o economista lhe mostrava semanalmente da evolução dos números, ainda que mostrassem dados com prejuízos,  ainda. Mas sabia como estava, além de que apreciava o rigor com que os dados nos mapas coincidiam exatamente com os extractos bancários. Por isso, devia ser verdade e confiava nele.
Na verdade, rapidamente se apercebeu dos problemas do negócio propriamente dito. Até ali não tinha mais do que uma vaga ideia, até porque não tinha tempo para contactar com clientes, o que agora fazia questão. Também percebeu que a fase em que procederam às mudanças fez a diferença, porque já não se conseguia situar sobre o contexto e as mudanças do mercado, e se perdia ou ganhava dinheiro. Mas agora, com a nova abordagem e organização, sentia  que tinha espaço e tempo para parar, ouvir os outros e pensar nas soluções que a sua própria experiência e conhecimentos lhe inspiravam que podiam ser solução. Vê agora as reuniões como excelentes oportunidades de trabalho, discutir ideias e encontrar soluções.
Não abdicava de ouvir a opinião do economista sobre essas ideias. Isso e as discussões com os directamente envolvidos do departamento, ou seja, o tal surpreendente trabalho de equipa, davam mesmo bons resultados. Até era ali que se apercebia da capacidade de cada um.
O problema é que o mercado estava rapidamente a mudar e estavam a ter quebras muito significativa de vendas, o que o estava a assustar. Tinha perdido negócios importantes e não gostou. Mas confortava-o poder lançar a discussão sobre o assunto para ver que ideias e possíveis soluções apareciam. Já não tinha de encarar o assunto sozinho, como há um ano, o que permitia contar com o potencial dos outros.
Estava profundamente grato ao economista pelo apoio e acompanhamento na implementação das ideias que o próprio ia sugerindo, sendo que se integrou perfeitamente. Sentia até que, logo que tivesse lucro, tinha de o compensar. O mesmo pensava fazer, por objectivos e etapas, com o resto das pessoas, dado que sempre gostou de ser justo, mas sem que até ali tivesse tempo para pensar nisso.
 Já começava a sentir que podia tornar-se num empresário. O segredo foi abrir o ouvido ao potencial dos outros, valorizá-los e premiá-los a seguir. Também percebeu que se conseguisse contratar alguém com enorme capacidade, estes princípios fariam com que o seu potencial viesse a contribuir para o seu bolso. Excelente ideia até poder fazer disso uma “bola de neve” positiva.
Em conclusão, o cada vez mais o novo empresário pôde dizer foi  que ultrapassando alguns medos interiores, abrindo-se à opinião dos outros, percebeu podia ganhar com isso e quanto mais investia nos que tinham capacidade maior era o seu retorno, mesmo que tivesse de saber esperar.

Confirma-se que um Empresário ganha bem mais do que um Patrão. Financeiramente, mas também em relações comerciais a longo prazo, pois a palavra passa… Escolha o que quer ser!